sábado, 5 de maio de 2012

a Menina da samarra

Lá está aquela menina pequenina à espera, numa porta, da hora certa. A menina da samarra. 
Queria aquela mão amiga que me deu banho, me vestiu e me deitou. Sentir aquele amparo. Abraçar a menina da samarra e dizer-lhe que nunca mais será deixada antes da hora, naquela porta... queria até aquela mentira do nunca, nunca, nunca mais...ou do para sempre...para sempre... 
O meu corpo está tão cansado. estou tão cansada com ele...não me apetece lutar mais do que o previsto, e fico meia ausente. Esta cura dói! Estou magoada. por ninguém senão por mim, por ainda me deixar acreditar nos embalos dos afectos, breves. Preciso de alivio e não sei onde procurar, a não ser neste dentro que tem estado abandonado juntamente com a menina da samarra.
Tudo é tão efémero...tudo...isto dói. o meu corpo dói-me. 
Desabafos não são literatura, mas aliviam no deslumbre da partilha. 
Não sei se estou errada, mas estou confusa...não consigo sentir-me nestes Sábados intermináveis...se não estivesse de samarra ia gritar para a tal montanha o quanto me dói este corpo a sarar, o quanto me magoam as pessoas intermitentes, que...quero os meus dias por inteiro comigo! até os Sábados...gritar que sei não poder apressar o tempo, mas  suplicar que corra mais rápido!  gritar gritar alto ...  
Só voltar quando souber perdoar...quando deixar de arder...quando aceitar que toda a mudança começa em mim...e...embebedar-me naquele cheiro a Tília. Pegar na menina da samarra. 
amo-te tanto pequenita!  Pergunto-me qual será a tua história...és apenas tu.  Sei que pensas que o mundo por vezes te quer calar e te faz cair...
Pequenina, o Universo é tão justo afinal . . . sabias?