segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

tira-me de mim





ouvia isto no regresso como que para lembrar-me do inicio da minha primeira decada de vida, das piscinas no alentejo, unico refugio para fugir do calor, e das minhas romantizações de miúda. e é assim que me sinto. foi assim que me senti quando vinha por aquela estrada repetida ao quadrado, de noite. chorei. porque tenho medo do que aconteceu porque eu quis. calor falso que me atrai. rumos conhecidos pela sensação de querer sempre mais. de não conseguir parar nem dizer não. de não conseguir resistir. negar. tenho medo. conheço-me assim. mas a situação é tão nova. e tão feia. podia ser tão bela, pela pureza com que me entrego. mas vou querer sempre mais. e não vou conseguir parar sempre e quando me busques com o olhar. basta isso, um olhar. migalhinhas de carinho emprestado, conveniente, que eu aceito. é nada o que me dás. e eu aceito. é falso e aceito. sinto-me meia torta emocionalmente com tudo isto. louca. num limite que me é familiar. tanta dor por momentos de prazer. emprestado, falso, corrompido.


Já te fechei a porta tantas vezes, entras pela janela outras tantas, e eu fecho também. vejo-te de costas uma e outra vez. e doi. e depois regressas e eu abro a porta as janelas e dou tudo. desvio-me do caminho por instantes. desejo o fugás e o intenso, porque nesses momentos não sinto nada, saio de mim, deixo de existir para o mundo ou para outra coisa qualquer. Vendo-me por tão pouco Deus meu! não gosto de mim assim. mas nesse instante não importa porque não sinto, não estou, não vejo, não sou. é depois que vem tudo de enchorrada. como sempre foi tudo na minha vida. sou assim desviada. só.


estava tudo tão calmo naquela casa, naquele mar. ouve momentos em que te senti outro, um outro familiar, tão meu como só ele. aprtei a tua mão, estava quente mas era mais pequena, não era a dele afinal. Alimento assim essa saudade do genuino que tive e não consegui manter. perdi. e doi muito. ainda sinto tanta culpa, tanda dor de perca. parece-me um luto interminável. AAAahhh como eu gostava de ser já muito velhinha e olhar a humanidade com os olhos calmos da rendição. olhar para trás e rir disto tudo. porque afinal sou só humana, só uma mulher, miúda, menina, gaiata. como quando estava nas piscinas a lutar contra o meu medo de megulhar lá do alto, do mais alto de todos e de tudo. mas acabava sempre por mergulhar. sempre arrisquei, ainda que pelo que sei falso, arrisco. o que está lá para trás não quero. já tive, já não me engana, não é mais opção. mas isto é novo e arrisco. no meu intimo sei contudo que é um calor falso, cheira até.


espero ,sonho, vou cansar-me e vai doer. mas sonharei sempre sempre. é o mehor que tenho. é o sonho de que sou feita

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

ler-te

falo contigo. imagino que estás aqui, mas mesmo não estando falo...falo...falo...e respondo por ti também.
é nos olhos dos que me sentem como tu que me vejo e existo. por isso, mesmo não estando presente vejo-te, olho-te e lembro o teu sorrir.
é estranho...és uma presença tão forte. a vida tem destas coisas. há pessoas assim.
não me é permitido esquecer-te, porque não mando no que sinto, e nem o tempo nem a distancia te apagam. sei que nunca te irão apagar.
pois é...e 'nunca' é uma palavra que não costumo usar.
por vezes deixo-me ir, embalada pelo que não sei de mim. e tenho medo.
tenho tantos medos. ainda não me perdoei. há tanta ferida por lamber.
queria ver-me. e é tudo tão confuso. como gostaría de ser uma pessoa simples. só isso simples: ficar feliz porque o mar não tem fim, ficar contente com um sorriso de uma criança, chorar pelas lágrimas dos outros. ser simples...só.
aceitar. tenho que me aceitar. gostar do que sei de mim e do que não sei. mas primeiro tenho que saber quem sou...ou quem não sou...
só queria ser simples.
hoje é dificil.
durmo mais que estou desperta. e mesmo acordada, durmo. agora sem sono, vou deitar-me e ler-te.
adoro ler-te. tu escreves como eu pinto. escreves sempre para mim. sempre que te leio, escreves para mim.
é isso. vou deitar-me, ler-te e sonhar.
hei-de sonhar sempre, sempre , sempre.
boa noite Milhita

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

sentirei como todos. julgo
penserei como todos. digo
não me entendo
só quero paz
já nem quero entender
nem pensar
e hoje...nem sentir