Há algo tremendamente sedutor e aveludado nos ateliers de pintura.
É universal.
São cavernas encantadas, carregados de energia escura, a tal que ilumina a criatividade. com cheiro a madeira e tintas.
Como foi que cheguei à pintura? Como é que isto aconteceu?
Falo do processo ... não de um produto.
É neste encontro que aconteço. Que descubro as perguntas...que engravido... morro...volto ao corpo...
As janelas dos ateliers são as sombras que por ali passam. Abre-se a porta e volta-se a acreditar.
Só aqui consigo quase não pensar.
O meu atelier é o meu consultório: as telas os bisturis, as tintas os remédios, e o médico sou eu.
Por mais salvadores que procure o meu médico serei sempre eu.
Aqui a morte torna-se minha cúmplice, abraço-a e fico mais viva que nunca.