sábado, 24 de outubro de 2009

Sede de Ser

"Os meus dedos soltos, os gestos que não domino, espelhos de uma alma minha.
Queria saber erguer agora uma mão e acariciar a lua, queria sentar-me ao fresco da minha janela e esperar o primeiro raio de sol entrar dentro de mim, queria saber entender cada palavra que leio, queria-me fundir, um dia, enebriar-me de vida.
Queria beber da fonte da sabedoria e a seguir esquecer.
Queria ser surda e saber ouvir
Cega de tanto ver
Tenho tanta sede de ser!
Queria apanhar boleia, saltar a meio, correr, parar.
Queria que me explicassem por terem-me visto onde eu não me encontro.
Queria adormecer e ter um sonho de criança.
Queria acordar sorridente.
Queria deixar-me ser, aprisionar o medo e deixar-me viver"


texto de Sandra Aleixo

1 comentário:

  1. Tu, pedaço de Alentejo singelo, és tão bonita no que és.
    Estou contente por palavras minhas serem dignas da tua tela.
    Pelas cores com que pintas as palavras... Gosto tanto de ti, minha amiga!

    ResponderEliminar