Preciso de Pintar!
P I N T A R
e não me refiro às pinturinhas de bolso que vão acontecendo em dias mais longos que o previsto.
Falo de rasgar.
Escancarar a boca e enfiar os punhos pela garganta abaixo. arranhar as entranhas. agarrar todos os fígados e estripar tudo para fora deste corpo amarelo-opaco. em seguida e com as mãos ainda ensanguentadas, arrancar o que me resta de uma penugem que me envergonha chamar de cabelo.
abrir, coser, fechar para voltar a abrir.
rasgar.
PI N T A R afinal...
Haverá ausência mais dolorosa do que a de si?
nesta ausência a roçar a loucura, só um fio de consciência não me abandona e é dono de não desaparecer por completo.
É lá, na falta do reflexo, que a pintura me vai buscar
...num desejo de demência consentida.
Desejava nunca ter sabido, porque agora não sei para onde fui! não estou cansada, não estou triste. não estou nada. . . Não ouço nada, mas faz tanto barulho!!
Para onde foi o silêncio?
No final, a pintura encontra-me sempre. nos sítios mais estranhos que ela é
o meu retorno é eterno.
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