terça-feira, 19 de abril de 2011

P A R A B É N S




Cheguei à recepção. Tão angustiada, perdida, assustada, rendida. Lembro-me do olhar triste da minha mãe; ser iluminado que me deu a vida mais do que uma vez. Lembro-me de apanhar um trevo e colá-lo nas páginas do meu diário gráfico citando "Porque procuramos sempre um trevo de 4 folhas quando a Natureza os fez de 3? Porque nos complicamos a existencia?" .


Esse diário foi-me retirado assim que lá entrei e alguem me disse "aqui não podes desenhar...não vais ter tempo, talvez no fim-de-semana!" Chorei de medo. Como?? não vou poder ter o meu diário sempre comigo??? Como não terei tempo??? Mas é um diário...feito de momentos. E os momento não acontecem só ao fim-de-semana!!! Mas que momentos tinha eu? Se nem vida tinha!


Desci aquelas escadas sem me sentir e gritava em silêncio "Ajudem-me por favor". Uma alma ferida como eu sentou-se a meu lado e ofereceram-nos uma sopa, que tentávamos tragar a muito custo. Olhar perdido, palavras sem nexo. Olhávamo-nos mas nem nos viamos. Vazio.


Seguiram-se muito abraços daqueles que eu nunca tinha sentido e disseram-me "Bem vinda". soube-o então: já não estava sozinha!


Aos poucos comecei a abrir o olhos, a caminhar, a sentir..a sentir tudo! Era terrível...tanta dor. Chorei como nunca tinha chorado antes. Chorei muito. Chorei tudo.


Foi há um ano. Hoje sinto tudo com os sentido todos e é bom! Tenho abraços à minha espera todos os dias. Vida afinal.


Parabéns Marta.

Sem comentários:

Enviar um comentário