domingo, 17 de abril de 2011

presença ausente

(Paula Rego)

Quem serão todos? O que serão? o que se fazem ser...o que se deixam ver.

E os que para mim simplesmente são, onde estão? porque desaperaceram? tenho saudades de ver-me nos vossos olhos.

Dei um mergulho no mar e quis deixar-me ir no seu abraço. Ele esteve comigo e é tão grande e tão forte, que gostava de ter ido com ele para longe. Pedi-lhe que me levasse até ti.

Não entendo...há tanto que eu não entendo. Que âncora é essa que te prende? é tanto o silêncio. e doi. Doi muito.

Pedi ao mar que me desse paz. que me ajudasse a entender os que me são tanto, mas nunca estão. Pedi-lhe que te levasse um beijinho e um abraço apertado, um abraço sentido como o que te dou em pensamento.

Gritei-lhe baixinho o que me doi, murmurei-lhe que só queria entender, sussurei-lhe a falta que me fazes. Supliquei-lhe que te tirasse de mim.

É uma névoa que não se aparta por mais que brilhe o Sol...e hoje brilhou para todos: os que estão e não são, para os que são mas não estão, para os que querem ser mas não sabem o quê, para os que sonham porque olham para fora e para os que crechem porque não temem olhar para dentro.

Pedi-lhe que me ajudasse a ver para além das máscaras.

Estou tão cansada desta presença ausente.

Só queria entender.

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