domingo, 10 de julho de 2011

o espaço e o tempo são apenas coordenadas de um ponto de referencia: nós

Apesar de sentir que o espaço é onde estou no momento, que sou eu que faço dele pertença ou pelo menos tento pertencer a ele. Afinal o espaço e o tempo são apenas coordenadas de um ponto de referência: nós próprios. Já o digo há muito tempo. desde que aprendi a falar com os sentidos.
Mas de cada vez que me aproximo ao calor da terra que me viu nascer, tudo em mim se transforma. É algo mágico. Abro o vidro e cheiro a terra, o ar quente da planície,os abraços daquele vento. Sei que pertenço ali. Simplesmente sei.
saudosismos feitos em conversas carregadas da memoria de que sou feita: lembro sair da escola primaria e ir para o agora hospital em obras, e naqueles ruínas ficar só a ouvir os morcegos, e a gostar do medo que sentia. lembro de viver na rua cheia de outras crianças. lembro de pelo caminho, de chave de casa ao pescoço, ir apanhando brunhos das árvores daquela rua, para logo ficar com dores de barriga. lembro de ir pelo caminho de ferro, agora uma ecopista da moda, e ver a os carros passar por baixo. lembro de apanhar caracóis nos meus amados moinhos, lá no alto de S.Bento.
Há muito anos que não faço desta terra o meu espaço, mas volto sempre com saudades do cheiro, do campo, até mesmo daquele café onde cresci . Os barulho e os cheiros formam mudando e como não aceitava, não gostava. Tento aceitar, até porque só pertence aos meus dias aquilo que eu quiser e me permitir. vou para as traseiras e enebriu-me de cães e gatos . Adoro aquele caos consumado, talvez por não ser o meu diário, talvez porque os animais sempre tiveram aquele dom de me dar felicidade, de me fazer sorri gratuitamente. É bom.
Sei que é por aqui que vou parar, mas ainda não vou parar agora. Ainda há muito por conhecer. Quero ainda sentir, nem que por uma só vez mais, aquela sensasção de estar num sitio desconhecido, pegar num mapa porque não sei as ruas, nem os sitios, nem as gentes...e a pouco e pouco ir descobrindo...e crescendo com isso.
Logo, mais logo na minha vida, quando já não sentir muitas forças, quero parar. Aqui.
Deixar-me abraçar por este vento quente. E cheirar estas ruas limpas. Verdade que nunca vi uma cidade tão limpinha!

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