O que dia em se me revelou que as desilusões não são mais que desenganos, foi um dia amargo. Quis tanto saber que o cordão que me ligava era eterno, quis tanto saber-me abraçada no útero que me gerou. Ali tudo era fácil, morno e feliz. Não havia o medo não faltava nada.
Serei vista como a que vai e vem? e...se vai perdendo pelos caminhos...a eterna desassossegada. Mas desengane-se menina: não se pode existir para ser-se vista...desengane-se menina: não se pode moldar o mundo...só a sua alma pode moldar menina...
Falo assim para mim...desencantada: como ser uma menina da mamã que nunca foi menina?
Nestes desencantos descubro-me na urgência de crescer. não se pode apressar o tempo. preciso-me paciente na espera do meu 'fabuloso destino'. mas desengano-me: não sou eu que o espero, é ele que me espera!
Engulo uma coisa meio seca meio molhada há semanas. não desce, nem sobe. fica-me ali na garganta à espera de um grito que a liberte. Mas o medo é tanto que por mais que abra a boca não sai um som. O que vou murmurando por aí é apenas conveniente. Até lá vou engulindo sem deglutir. e espero...espero...
Um dia destes...um dia destes... caminharei sem esperar nada.
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