terça-feira, 28 de setembro de 2010
hoje deixei-me ficar na solidão procurada....apeteceu-me isto...é só!
nem porque sim nem porque não nem porquê
simplesmente estou assim...simplesmente é
pudesse eu ler-me em todos os pensamentos...pudesse eu compreender-me
sei que isto é perigoso....pois não...paciência...há dias que não dá para mais...paciência
te hecho de menos...me hecho de menos
deixei-me estar...deixem-me estar...é só
não quero ouvir...não quero falar, nem ver tão pouco
quero tanto...principalmente deixar de dizer 'Não consigo' e dizer antes 'Não estou a conseguir...mas há-de me acontecer'
sei que tenho que ter paciência....isto demora...huuuuuu....se demora...
mas não posso deixar de sentir uma angustia no peito
afinal ... a única coisa que eu acreditei pertencer-me...ser eu também...não está...quer dizer, está, só não sei onde!
isto assusta-me!
eu assusto-me...sou ainda tão frágil...sinto
a linha que me separa da loucura, do fantasma que fui, é tão fina que nem a vejo
não a vejo...mas sei que que está lá...não vale a pena tirar a rolha por causa disso
de qualquer forma já estou embriegada de mim...e chega!
se ao menos tivesse um sofá confortável...encostava a cabeça...e deixava-me estar
sinto um formigueiro...será na alma?
tenho a alma dormente...caraças
não quero sentir...e sinto tanto
não entendo nada disto...não me está a fazer sentido este N A D A
será que vai ficar sempre este vazio? bolas...como é-que eu encho isto agora?
já que estou tão longe de mim, tão ausente de tudo, tentei estar hoje mais perto da matéria..devagarinho e estranhamente, desenhei um Farol...luz?
foi tudo automático...falso...sem sentimento...não sei se force esta minha não-vontade em pintar
se está em mim há-de reaparcer...preciso acreditar nisto, senão enlouqueço
chego muitas vezes a pensar numa existencia diferente
como seria? se não sentisse.
domingo, 19 de setembro de 2010
a decisão
sexta-feira, 3 de setembro de 2010
P E Q U E N A
estás em tudo o que é este circo - a minha vida !
Pequena de joelhos esfolados e alma mordida, estou cá..deste lado do palco
sou tão tua ainda, que até me arrepio ... "sou teu também!" gritaram-me as tuas lágrimas, sussuraram-me ainda ao ouvido penas, desejos, dor...muita dor
mostraste-me tanto, foste-me tudo...não precisei de nada mais que respirar debaixo do teu braço. e aquele abraço...o abraço aquele...o último
porque não me raptas?¿ fugiría contigo sem pestanejar...tu sabes
és tu? és tu que estás em tudo o que me rodeia?¿ em cada passo, cada espaço, cada rosto, cada desenho, cada silêncio... em cada grito...sim...estás em tudo neste circo
estou tão cansada deste papel...deste palco
baixei os braços uma vez...depois de tanto tropeçar, caí! já no chão vi-te de baixo ... lá estavas tu minha amiga grande, com esses olhos que riem "eu acredito em ti"- disseste-me enquanto me ajudavas a levantar. Levantei-me então.
Tenho tantas saudades vossas. Quero-vos no meu circo.
Isto tem que fazer sentido...eu sei! mas cansa-me a espera desta distancia temporal que anseio para poder olhar para trás e....rir
Sei que é dentro de mim que está tudo...mas começo a ficar cansada. afinal nunca fui própriamente a minha melhor companhia. forço então algumas convivências, que apesar de necessárias ainda as sinto falsas. ainda não as sinto sequer...simplesmente estão lá. como eu quero gostar da minha companhia...preciso de vocês para isso...são os que sinto assim, os que me sentem também que me dão a relíquia do que sei genuíno. é nos vossos olhos que me vejo...e existo.
preciso-vos
C A C O S
apanho um caco ali outro aqui
já me doi as costas de tanto andar de joelhos em busca dos cacos perdidos
ergo-me então
levanto a cabeça, olho em volta... vejo mais estilhaços do que fui e...sou?
há estilhaços espelhados...são olhos, são vozes nos quais eu vejo o meu reflexo
hoje eram tantos os olhos...tantas as vozes
estou exausta de tanto me ver...de tanto ser vista
c a o s
só quero paz
só quero olhar para dentro
ouço ainda as tuas lágrimas de hoje...fingi que não estavam lá...libertei um sorriso...mas ouço-as...fazem ecos
doi-me sentir-te assim...tenho tantas saudades do teu abraço
porra pá: porque choras??? não vês o quanto te amo?
foste o diamante dos meus cacos...mas já não quero riquezas
senão as da alma que busco