sábado, 19 de março de 2011

até amanhã




Desde que acordei que sinto vontade de pintar. mas como não consegui fui pintando de cabeça. Estou com as pessoas, mas não me dou completa, porque na minha cabeça viajam cores formas texturas e brilhos. é um ruído agradável, assim não desejo o silêncio porque este é um ruído de vida.


Olhava aquela boa gente, tentava comunicar, como me era possível, dei-me o máximo que pude, e via-os nos meus contos de cabeça, contava histórias em silêncio com cada um deles, e as crianças eram felizes em cima de póneis roxos de crinas laranjas, e riam riam riam!


Estivemos numa casa grande com paredes, demasiadas paredes. e apetecia-me Sol, aquele Sol que me chamava da janela. continuei naquela casa e depois apetecia-me lua, aquela lua assumida, tao cheia que transbordava. e sentia-me como ela, a transbordar. estou tão cheia de tudo de tanto, como não me lembro de ter estado nunca.


Apeteceu-me tanto aquele Sol e aquela Lua, e estar com todos os meus eus a pintar. mas...ali fiquei. ainda me é dificil agir com me dá na real gana. várias vezes pensei fazê-lo, mas ali fiquei, porque me parecia o mais correcto...bhaaaaa...o mais correcto!!!??? o mais correcto era sair dali a gritar a vida, e correr para abraçar o Sol no fim do mundo, procurar o arco-iris, e ali ficar à espera da srª Lua, sentar-me numa pedra quente e meter as mãos na terra, cheirar flores, cantar com os pássaros e ouvir as histórias que têm para me contar, falar de mim. tenho saudades de falar comigo assim. o mais correcto será sempre sonhar em todos os momentos e nos momentos seguintes, o mais correcto é gritar baixinho que estou apaixonada e nem sei pelo quê, o mais correcto é sentir, sentir-me, só.


mas ali fiquei, a contar histórias de cabeça e pintar sem tintas. e aquelas paredes,tão...paredes.


quando o amanhã de amanhã for um agora, vou fazer o mais correcto, e sonhar, sonhar muito, pegar nas telas e falar-lhes da minha paixão, gritar a vida, abraçar o Sol e esperar a Lua.


até amanhã

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